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quarta-feira, junho 08, 2011

Vícios do meu viver

O calor destemido de minhas lembranças
Exalta em mim pensamentos
Pensamentos estes que detém meu sossego
Sossego vago que perdi por minha mente

A tais pensamentos devo o tormento
A laceração de minha alma
E as lágrimas que tanto despejo
Essa dor de nada me serve
A não ser trazer lamúrias a meus caminhos

O quão áspero é meu alento
No qual sustento meus sentimentos:
Desde o aroma mais doce
A traquilidade dos teus sorrisos
A calma de minha alma
O alimento da  minha voz
E a fuga de minhas lembranças

Padecer por ti não me dói tanto
Pois fere menos que a loucura
Loucura que chega e não passa
Perturba minha sanidade
E todo o meu viver
Que vem na hora mais vaga
E parte sem vestígios

Ó pensamentos dolorosos que me atormentam
Travando batalhas dentro de mim
Ó pensamentos dolorosos que me atacam
E me transformam
Ó pensamentos dolorosos que não partem
E me escravizam

Raissa Santos

Século XXI

Fui corrompida pelo capitalismo
Sou refém da nova era
É a ditadura do consumismo

A sociedade dita
E eu me vicio na tecnologia
É esse o nosso novo mundo

Os jovens de hoje
Estão conectados
Suicidam-se via internet

E nossos pais são prisioneiros
Uma massa humana ignorante
Que não conhece seus direitos
E se conforma em desconhecê-los

Somos somente instrumentos
Feitos para gerir lucro
Comandados pelos ferozes burgueses
Filhos da tecnologia
Robôs comandados pela mídia


Raissa Santos

Em crise

Jogo a essência pela janela
Prendo o arder de minha alma em um quarto
A porta sofrendo junto ao meu corpo
A chuva gritando lá fora e a dor me queimando por dentro

As horas se passando apagadas
E ninguém para tirar-me um sorriso
Meu eu absorto no maligno
O calor preenchendo meu rosto

A lâmina parecendo-me muito atraente
E nem eu sabendo se é certo ou errado fazê-lo
E não o faço, apenas deleito-me com especulações malditas

Por fim meu semblante aquieta, cansado e vazio se acalma
Um êxtase invade-me sem medo
Acalmando silenciosamente o borbulhar infame
Limpando o estrago de alguém

Anestesiada a alma se contrai
A respiração pesa e mais um dia parece prosseguir
O sossego demorará mais um pouco para ser estabelecido


Raissa Santos

Minhas mãos

Mãos de menina, mãos de poeta
Mãos que a tudo tocou na esperança de algo bom sentir
Mãos que já secaram as lágrimas de minha face por não tê-lo por perto
Mãos que já brincaram demais com o destino incerto

Mãos que já lutaram contra os mares e as marés
E que ainda insistem em lutar neste combate sem fim
Nada as fará descansar, pois esta batalha sempre será perdida
Não, não há meios, pois os mesmos foram perdidos
E há muito tempo esquecidos... Não se tem como modificar

Mãos minhas que em sua pele marcada estão a aflorar
Em sua casca impermeável e discriminante vivem a gritar
E um dia ainda querem assassinar as mãos rudes que vierem a tocá-las

Caro amigo...

Eu não vou lhe dizer nada,
Pois a vida disse tudo
E o tempo sempre apaga,
Por que não vai apagar dessa vez?

Se as horas não se passam
Eu só vou lhe dizer algo,
Guarde bem que eu não repito:
Faça as horas valerem à pena

Se não há mais esperanças,
Sonhe alto caro amigo,
Que a vida continua...

Se o amor não lhe interessa,
Lhe machuca, lhe maltrata
Cuide de amar o amor...

Se a dor corroe o peito,
Lhe mata as esperanças, lhe ironiza o amor,
E lhe faz parar no tempo...
Faça-a sorrir...