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quinta-feira, julho 21, 2011

Um velho amigo

Mentiras e mais mentiras
Uma névoa profunda enganando a retina
A perdição nas entrelinhas
O fim disfarçado de começo
Mera embriaguez de esperança
Num deleite anestesiado e insensato

Garantia incerta banhada por aventura
Tu trilhas em mim a perturbação ininterrupta
Arrasa-me apenas com tua palavra absoluta
E esfacela-me nas ruínas do teu pódio

Tu és minha calmaria das noites de tormenta
Agitação nos lençóis em noites de insônia
Tu és a oscilação ferrenha que me abate toda manhã
É meu siso perdido e incrédulo
A turva sina gasta com regalias

Teus olhos negros mascarados
Arrancam-me suspiros arriscados
E diante de minha perspicácia
Encenam o drama do século
E a razão se perde no teu olhar enérgico

Teus lábios mentem
A verdade é corrompida por tua boca
Persuadindo o meu ser com tua fala amorosa
Fazendo-me perder em meio ao caos de teus olhares nervosos
Aquecer-me novamente no intrínseco dos teus braços

Insanos são meus pés
Que te perseguem por teus caminhos tortos
Privando de meu corpo a própria sorte
Buscando outros meios de ter-te aqui

Minha face esmaece
Com tua ausência tortuosa
Estática, perco meu rumo
Pois só em ti encontro prumo
Já que sacodes a rotina decrépita

Põe-me louca com teu sorriso doce
Arrancando-me o juízo com tua voz fervente
Tu és meu maior bandido
Meu pecado escondido
A minha prisão particular implícita


Raíssa Santos

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